Hipertensão pode ser fatal: veja quais alimentos prejudicam o controle da pressão

A hipertensão, mais conhecida como pressão alta, atinge 27,9% da população brasileira e, em 90% dos casos, tem origem genética. Mas alguns fatores de risco influenciam o desenvolvimento da condição: a alimentação é um dos principais “gatilhos” para a doença.

1 – O que é hipertensão e por que ela é perigosa

Hipertensão arterial, ou pressão alta, é uma condição crônica em que a pressão do sangue contra as paredes das artérias se mantém elevada de forma contínua. Quando não tratada, pode causar lesões no coração, no cérebro, nos rins e em outros órgãos, aumentando o risco de infarto, AVC e insuficiência renal.

As doenças cardiovasculares, como o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral (conhecido como derrame) são as principais causas de morte no Brasil e no mundo. Entre os fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento dessas doenças está a hipertensão.

Diabetes, tabagismo, obesidade, colesterol elevado no sangue e falta de atividade física também aumentam este risco, destaca o cardiologista, professor da Unicamp e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia Wilson Nadruz Junior.

Estima-se que mais de 50 milhões de brasileiros entre 30 e 79 anos tenham pressão alta, mas cerca de 70% desses pacientes não conseguem mantê-la sob controle. No mundo, a prevalência está entre 25 a 40% da população.

2 – Os alimentos que são vilões da pressão arterial:  

A médica nutróloga e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), Eline Soriano, explica que o impacto desses alimentos ocorre por diferentes mecanismos, como o aumento da retenção de líquidos, a resistência vascular e a inflamação crônica.

  1. Alimentos ricos em sódio (sal de cozinha, temperos industrializados, embutidos – como presunto, salame, salsicha – enlatados e fast food): O excesso de sódio favorece a retenção de líquidos, aumentando o volume sanguíneo e, consequentemente, a pressão arterial. Além disso, pode levar a alterações na função dos vasos sanguíneos e ao aumento da rigidez arterial. O consumo excessivo de sódio também pode modificar a produção de diversos hormônios e ativar regiões específicas do sistema nervoso, levando a uma maior retenção de líquidos e contração dos vasos sanguíneos, contribuindo também para aumentar a pressão arterial.
  2. Alimentos ultraprocessados (salgadinhos, sopas instantâneas, macarrão instantâneo): Além de serem ricos em sódio, esses alimentos possuem aditivos químicos e gorduras trans que podem contribuir para processos inflamatórios e resistência à insulina, favorecendo a hipertensão.
  3. Bebidas alcoólicas  (consumo excessivo): O álcool pode causar desregulação do sistema nervoso simpático, aumentando a frequência cardíaca e a pressão arterial. Também está associado ao aumento da produção de hormônios vasoconstritores, como a angiotensina II.
  4. Alimentos ricos em gordura saturada (carnes gordas, queijos amarelos, manteiga): O consumo excessivo desses alimentos pode levar ao aumento do colesterol LDL (ruim), favorecendo a formação de placas nas artérias (aterosclerose), o que contribui para a elevação da pressão arterial.
  5. Açúcares e refrigerantes: O consumo excessivo de açúcar contribui para o ganho de peso e a resistência à insulina, que são fatores de risco para hipertensão. Além disso, estudos indicam que o alto consumo de frutose pode ativar mecanismos renais que favorecem a retenção de sódio.

3 – Alimentos que ajudam a controlar a pressão 

  • Alimentos ricos em potássio: o potássio ajuda a equilibrar os níveis de sódio no organismo e promove o relaxamento dos vasos sanguíneos. Boas fontes são banana, espinafre, goiaba, abacate, batata-doce, laranja, graviola, melancia, feijão e água de coco.  ATENÇÃO: indivíduos com doença renal crônica precisam ter um cuidado maior com o consumo de potássio.
  • Verduras e legumes acelga, beterraba, brócolis e couve
  • Alimentos ricos em magnésio: O magnésio tem efeito vasodilatador e contribui para o relaxamento muscular. Boas fontes incluem amêndoas, castanhas, abacate, cacau, grão-de-bico e sementes de abóbora.
  • Grãos integrais: Substituir carboidratos refinados por aveia, quinoa, arroz integral, linhaça e chia ajuda a melhorar o perfil metabólico e reduzir a resistência à insulina, beneficiando a pressão arterial.
  • Alimentos ricos em ômega-3: Peixes como salmão, sardinha e atum, além de sementes de linhaça e chia, ajudam a reduzir a inflamação e melhorar a saúde cardiovascular.
  • Ervas e especiarias para substituir o sal: Alho, cebola, cúrcuma, gengibre, orégano, tomilho, alecrim e manjericão são ótimos para temperar os alimentos sem recorrer ao excesso de sódio. O alho, em especial, tem propriedades vasodilatadoras e anti-hipertensivas.
  • Chás com efeito benéfico: O chá de hibisco pode ajudar a reduzir a pressão arterial, assim como o chá verde e o chá de cavalinha, mas consumidos sem excesso.
  • Sal hipossódico ou “sal light” e o sal de ervas, no qual o sal é misturado com algumas ervas secas, como orégano, salsinha e alecrim, também possuem menor teor de sódio. Por outro lado, o sal marinho e o sal rosa do Himalaia costumam apresentar o mesmo teor de sódio do que o sal de cozinha.

Fonte: g1

Comentários

Captha *